IGREJAS DIRIGIDAS OU CONDUZIDAS “PATERNALMENTE”? PARTE 1

Um dos maiores e mais freqüentes clamores nas igrejas de hoje é: precisamos urgentemente de mais lideres. Será mesmo? Nós humanos adoramos lideres e, entre um gole de café e outro esboçamos marotamente uma troça com o ditado: “lidera, segue ou sai do caminho”. Também nos dias de Saul Deus queria ser pessoalmente o rei dos israelitas, porem a nação olhava de soslaio para o outro lado da cerca, querendo ter um rei “decente” como todos os demais povos.
Hoje estamos no mesmo perigo. O mundo inteiro grita por lideres, dirigentes, executivos, não por servos. E a igreja? Grita no mesmo coro: Deus, dá-nos dirigentes! Talvez o problema resida em buscarmos algo que Deus não quer dar, por causa de sua graça. Ao invés de reconhecer nosso erro, continuamos a orar, pressionar, gritar, pedir e suplicar por dirigentes. Rotulamos como “Constancia espiritual” e “oração perseverante” aquilo que possivelmente não é muito mais que teimosa ignorância. Do mesmo modo como o corpo humano, o corpo de Cristo não tem inúmeros dirigentes, porem somente muitos membros diferentes, que juntos possuem uma única cabeça. Quando todos esses membros funcionam em obediência coletiva a seu cabeça, o corpo todo é capacitado para andar numa mesma direção.
Proclamar um membro como cabeça sobre outros membros – apesar do fato de que já existe um cabeça – não somente seria uma tolice grosseira, mas paralisaria o corpo por causa das instruções contrárias de muitos supostos “dirigentes”. Jesus é o cabeça da igreja, e isso significa mais liderança que o corpo de Cristo jamais necessitará. O problema é que muitas vezes preferimos o passarinho na mão ao pombo no telhado preferimos um pequeno Saul na folha de pagamento a um grande Deus, que não podemos controlar muito bem. Não obstante, a verdade é que a igreja somente começa a funcionar realmente quando todos os membros seguem ao cabeça. A igreja experimenta a “liderança” quando ela se torna submissa a seu único cabeça, em obediência coletiva e humilde.
Se desejarmos experimentar mais responsabilidade bíblica nas igrejas cristãs, não nos deixando orientar por modelos da economia e política, temos de parar logo de querer “dirigir” a tudo e a todos na igreja, como se fosse a coisa mais normal do mundo. O ser humano arroga-se sem razão o direito de simplesmente dirigir tudo em que Põe a mão. Certamente a responsabilidade é uma parte da tarefa que nos foi atribuída pelo criador, porem ela também tem limites. A igreja cristã, p.ex., não é obra de pessoas, mas uma invenção – e propriedade – de Deus, sobre a qual não nos cabe dispor sem mais nem menos. O intuito de apoderar-se humanamente do controle sobre uma criação de Deus, mediante a alegação de que, afinal, somos dirigentes, pode rapidamente fazer como que pessoas simplesmente usem para si o poder eclesiástico.
Até podemos ser administradores das igrejas, mas jamais seus proprietários. É essa também a razão por que Deus faz com que tarefas essenciais de liderança nas igrejas sejam exercidas por pessoas apostólicas e proféticas, por cristãos que muitas vezes tem “mais fé” no proprietário das igrejas que outros. Rick Warren, pastor da Saddleback Community Church, expressa-o assim: “Quando uma igreja visa crescer, ambos, tanto o pastor quanto também a igreja, precisam largar o controle”.
   

Fonte: Casas que transforma do mundo.
Autor: Wolfgang Simson

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