Tirem as crianças da frente da TV. Pesquisadores descobriram que
cada hora passada diante da televisão faz com que crianças em idade
pré-escolar aumentem suas chances de desenvolver problemas de déficit de
atenção mais tarde. Os resultados atestam que a TV pode diminuir os
níveis de atenção das crianças e apóiam a recomendação da Academia
Americana de Pediatria, segundo a qual crianças com menos de dois anos
não devem assistir a programas de televisão.
"Existem milhares de
motivos para que as crianças não vejam TV. Estudos anteriores mostraram
que o hábito está associado a obesidade e agressividade infantil",
afirma Dimitri Christakis, pesquisador do Centro Médico Regional de
Seattle. O resultado do estudo conduzido pelo doutor Christakis foi
divulgado na edição de abril da revista Pediatrics, publicada pela Academia Americana de Pediatria.
Foram
pesquisadas 1.345 crianças de um a três anos de idade. De acordo com
informações fornecidas pelos pais, aproximadamente 36% das crianças de
um ano não assistiam nunca à TV, enquanto 37% assistiam de uma a duas
horas por dia e por isso possuiam um aumento de 10 a 20% de chances de
desenvolverem problemas de atenção. Nas crianças de três anos, apenas 7%
não viam TV e 44% assistiam de uma a duas horas por dia. O resultado da
pesquisa sugere que o hábito de ver TV superestimula e modifica o
desenvolvimento normal do cérebro de uma criança. Entre os riscos
encontrados estão dificuldade de concentração, impulsividade,
impaciência e confusão mental.
Os pesquisadores não se preocuparam
em saber que programas as crianças assistiam, pois, segundo Christakis,
o conteúdo não é o culpado pelos danos causados ao cérebro. O problema é
a rápida superposição de elementos visuais, típica dos programas de TV.
"O cérebro de uma criança se desenvolve muito rapidamente durante os
primeiros três anos de vida. Ele está realmente sendo ‘conectado’ neste
tempo", diz o pesquisador. O estímulo excessivo durante este período em
particular pode criar mecanismos danosos à mente da criança. Informações
de Lindsey Tanner [AP, 5/4/04].
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